O Sétimo Selo(1957); de Ingmar Bergman
A Vida e a morte, segundo Ingmar Bergman.
Woody Allen,em "Manhattan",disse que "Bergman é o unico gênio do cinema." Concordo que Allen foi,de certa forma,viçoso ao fazer tal afirmação. Bergman não é o ÚNICO gênio do cinema,mas sim,o maior.Filosofia,religião,morte,vida,dor,duvida..."O Sétimo Selo" poderia ser definido como filme mais completo de todos os tempos,em trantando-se do medo do ser humano.É nas entranhas da vida,que Bergman vai buscar informação para fazer esta obra prima do cinema mundial.Apenas pela foto acima,já temos uma conotação da tamanha poesia que este filme representa. É a nossa vida,que por tantas vezes,nos parece como um jogo de xadrez, é transportada para a telona,de uma maneira nunca antes vista. Após o término de "O Sétimo Selo" temos nele,a certeza de que Godard tão bem definius este genial sueco. ""O cinema não é um ofício. É uma arte. Cinema não é um trabalho de equipe. O diretor está só diante de uma página em branco. Para Bergman estar só é se fazer perguntas; filmar é encontrar as respostas. Nada poderia ser mais classicamente romântico". É isto que Bergman,busca neste filme,é fazer-se perguntas,nem sempre respondê-las,porque assim é a vida,e qual seria a graça da mesma se todas as perguntas nos fosse facilmente rebatidas?
"O Sétimo Selo" é uma fábula medieval,influenciada pelo entusiasmo do diretor pelos filmes de samurai de Akira Kurosawa,sobre um cavaleiro que esta retornando das cruzadas,e ao encontrar sua vila extirpada da humanidade,devido a peste negra,sente que a sua fé em deus,fica abalada.Em sua companhia,esta seu escudeiro,que por vezes,serve de sua escada.O auge do filme,é definitivamente,quando Antonius Block(Max Von Sydow) encontra-se com a morte em pessoa. Ela decide que a hora de Block chegou,e ele, recusa-se permanentemente a morrer. Entra então, uma das passagens mais clássicas da história do cinema, por tantas vezes parodiadas como em "A Ultima Noite de Boris Grushenko",de Woody Allen e "A Máscara Mortal",de Roger Corman. A cena passou a representar todo o filme, no imaginário popular. O centro das idéias no jogo de xadrez com a morte,não é apenas a vida do cavaleiro,mas suas idéias sobre deus,a religião e a humanidade.
Bergman está sempre indignado e entristecido diante do mal praticado pelos homens,especialmente quando ele é sancionado por uma suposta religião.Diz-se que quando escreveu o roteiro,o diretor passava-se por um momento semelhante ao seu personagem principal.Estava em depressão por uma crise de "fé" e pelo seu medo da morte.Ingmar Bergman sempre debateu sobre a existência de deus,e disse que seu interesse era mais intelectual,do que emocional. Bem,acho que é por isto,que eu tanto me aproximo de "O Sétimo Selo",justamente por este fato também me "pertubar" e me interessar.
"Você sabe jogar xadrez?"
Morte
Por Renato Lara da Cruz